Por Adrielly Torres
Beatriz Paulino
Mariane Nascimento
A Paraíba está em 7° lugar no ranking de desocupação no Brasil, totalizando cerca de 44 mil pessoas desempregadas no estado. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do 4° trimestre de 2023, a taxa de desocupação é de 10,6%, que indica um aumento em relação à taxa de 9,6% do 3° trimestre do mesmo ano.
Na Capital paraibana, a taxa de ocupação, de acordo com a divulgação das pesquisas do mesmo órgão, cresceu em 0,1% do 3º trimestre ao 4º trimestre de 2023. Ainda que a entrada de pessoas no mercado de trabalho tenha crescido, o declínio na desocupação vem crescendo muito mais, isso porque muitos serviços exigem qualificação profissional, há a falta de políticas públicas e investimentos em relação aos serviços para a população.
3ª pior situação do Nordeste
Um dado ainda mais alarmante é que a Paraíba ocupa o 3° lugar no ranking de desocupação do Nordeste, segundo a mesma pesquisa. A população afetada criou um sentimento de preocupação e instabilidade em seu cotidiano, o que consequentemente apresenta um crescimento no número de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Esses impactos não afetam apenas as famílias que não têm mais suas principais fontes de renda, como também afeta a economia da região, que apresenta substanciais negativos no consumo, no desenvolvimento social, como também, na arrecadação de impostos. É importante observar também que muitas dessas pessoas que não encontram oportunidades dentro do mercado de trabalho acabam recorrendo a empregos informais.
Vulnerabilidade no Centro da Capital
Ao visitar o Centro de João Pessoa, capital da Paraíba, é possível observar a grande quantidade de ambulantes ao redor do Parque Solon de Lucena, um ponto de grande fluxo de pessoas diariamente. Essa é a saída que muitos encontram para se sustentar e sair das estatísticas de desocupação, mas, infelizmente, nem todos conseguem uma renda mensal que dê para suprir todas as suas necessidades.
"Nós estamos passando por uma situação muito difícil, estamos passando fome", disse Flávio do Rego Filho, que expõe sua agonia nos dias que não consegue comprar pão para ele e sua mãe, Antônia do Rego, se alimentarem. Flávio relata que não gostaria de estar nessa situação de suplicar por dinheiro para pessoas no Centro da cidade, especificamente na Lagoa (Parque Solón de Lucena) mas não consegue ver outra oportunidade para sustentar a si e sua mãe cadeirante de 81 anos.
Ele ainda diz que a falta de oportunidades de emprego não afetou apenas o seu lar, mas também o de milhares de pessoas como ele e que se apega na sua fé em Deus e na esperança de um futuro melhor para ele e sua mãe. Assim como os dois, vemos diariamente pessoas não apenas na Lagoa, mas em vários pontos movimentados na cidade, em busca de ajuda financeira já que não enxergam outra alternativa naquele momento.
Apesar das últimas notícias na capital Paraibana serem de que foram abertos 984 novos postos de empregos com carteira assinada, os dados em relação ao desemprego ainda preocupam, levando em consideração a dificuldade que determinados grupos invisibilizados pela sociedade têm de conseguir de fato entrar no mercado de trabalho. Esse é um retrato da nossa realidade em que vemos o quão preocupante é a falta de oportunidades que essas pessoas encontram em suas vidas. Muitas não tiveram uma boa escolaridade, o que torna esse um árduo caminho.
Diante disso, ficam claros os impactos que a desocupação provoca na vida dos paraibanos. É evidente a necessidade de órgãos públicos e entidades privadas estimulem a geração de empregos. Essas medidas poderiam mudar a realidade de milhares de paraibanos que se encontram em situação de vulnerabilidade, como Flávio e sua mãe Antônia. Além de auxiliar na recuperação econômica e social de toda a Paraíba.
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